

Orientação Profissional
A adolescência é um período de descobertas na vida de todo ser humano. Durante este período, pouco a pouco, o jovem se vê saindo da infância e caminhando para a vida adulta.
Essa mudança por vezes pode fazer com que o jovem sinta-se desorientado, afinal, se pudermos definir esta fase em poucas palavras seria “criação da identidade” - se não sabemos quem somos, nos sentimos perdidos. Para sabermos quem somos, temos de experienciar e ter a aprovação do outro sobre nossas atitudes.
A escolha profissional faz parte da vida de qualquer adolescente. Existem expectativas de todos os lados: do próprio jovem, sua família, sua comunidade e do mercado de trabalho em si. Como então escolher a profissão certa e evitar arrependimentos futuros?
Infelizmente não existe uma “fórmula mágica” que nos diga qual profissão temos de seguir para sermos “felizes para sempre” no trabalho. Entretanto, existe algo que pode ajudar a diminuir a probabilidade de uma escolha errada por parte do adolescente: a Orientação Profissional.
Antigamente a Orientação Profissional (OP) se chamava Orientação Vocacional, pois a escolha de uma área de atuação, mais propriamente um emprego, tinha ares de sagrado: por vezes entrava-se em uma empresa muito cedo e nela se construía uma carreira até a aposentadoria. Era quase como um “chamado divino”, como normalmente acontece na vocação de padres e freiras.
Entretanto o mercado de trabalho mudou, assim como as pessoas. A cada dia é mais difícil encontrar alguém que tenha trabalhado a vida inteira em uma mesma empresa, e ao acompanhar o mercado de trabalho notamos que a tendência é que isso diminua ainda mais. Sem contar o fato de hoje encontrarmos muitas pessoas que começam a carreira em uma atividade, fazem uma segunda graduação, para depois, mais experiente, abrir o próprio negócio e, mais adiante ainda, curtir a aposentadoria – ou não se aposentar.
A OP não é simplesmente a aplicação de um teste – presencial ou pela Internet – para saber qual profissão escolher. Isso não existe. Afinal, nenhum ser humano é tão “simples” assim de se entender que bastaria um teste para termos todas as respostas sobre ele.
O mais comum, pelo menos em nosso trabalho aqui, é usar o termo “projeto” para se referir à OP, uma vez que a orientação é um processo que se dá normalmente ao longo de seis encontros (totalizando dois meses e meio). Alguns poderão perguntar: “Mas por que demora tanto? Na Internet acho testes de Orientação Profissional que são rápidos e de graça”.
A OP é uma “jornada de autoconhecimento”. Não se está apenas escolhendo ou decidindo por uma profissão, mas sim compreendendo as vontades, os desejos, as habilidades, os valores, as motivações, a maturidade para escolher, a personalidade – isso só para mencionar algumas das áreas que são trabalhadas durante o projeto. A pergunta, se fosse feita, deveria ser: “Nossa, conseguimos saber tudo isso sobre mim em apenas dois meses e ainda consigo saber qual profissão eu melhor me adaptaria?!”. Pois é, sim, é possível.
Ao final do projeto a expectativa é de que o adolescente tenha adquirido maior confiança em si mesmo, mais maturidade para escolher e também que tenha compreendido melhor qual área - ou ainda qual profissão - ele acredita estar mais alinhada com sua identidade.